Todos somos mágicos, na arte de transformar o impossível em possível – parte 2

Na primeira parte deste artigo, discutimos como muitas pessoas, para não enfrentarem a realidade, preferem acreditar que a vida é uma fantasia, criando ilusões para si mesmas, evitando a dor. Essas pessoas também creem que o amor transforma e torna possível o impossível.

É ou não é semelhante a uma magia? Os nossos olhos nos permitem enxergar aquilo que as nossas experiências pessoais reconhecem. Para além disso, tentar transformar o impossível em possível é trabalho para os mágicos profissionais e não para pessoas apaixonadas.

Esse tipo de pensamento mágico, também afeta muitas relações conjugais. Um dos parceiros apresenta algum tipo de comportamento que prejudica a relação, e que não estava no contrato conjugal, no início, surgindo no decorrer do tempo, como um quadro de alcoolismo, infidelidades e outros casos.

Com relação ao alcoolismo, quando um dos cônjuges é dotado do olhar mágico, tentando suportar e curar o problema do parceiro com muito amor e dedicação, provavelmente irá se frustrar, já que o alcoolismo é uma doença progressiva, referendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) que, se não tratada, pode levar a sérias complicações metabólicas e desestruturação de casamentos ou das famílias.

A tentativa de recuperar alguém que amamos de uma doença tão grave pode acontecer porque todos, em algum momento, sonhamos em ter uma força mágica que supere as dores das nossas realidades.

No caso da infidelidade conjugal, visto que no contrato estabelecido entre os parceiros não está prevista essa cláusula, aquele que se sente traído, quando portador do olhar mágico, vai arrumar as mais diversas desculpas para não entrar em contato com sua dor: ele(a) foi seduzido; o pai dele tinha esse tipo de comportamento; na adolescência não teve quem colocasse limites… Enfim, várias serão as desculpas mágicas, pois a realidade é dura para ser encarada, tomando uma decisão sobre o que fazer. “Quem sabe com um pouco de compreensão e esperança o outro mude de comportamento? ”, o traído pensa.

Apesar de não ser a primeira vez que a traição aconteceu, é importante dar sempre uma, duas, três chances, afinal, algo de mágico pode acontecer, e a “ficha” do parceiro pode cair e aquele que foi traído não precisa mudar o seu comportamento e situação frente à escolha conjugal que fez.

Então, quem sabe o relacionamento volte a ser como antes, no período inicial do casamento, em que tudo era uma lua de mel?

Pensando desta forma, é para acreditar que de mágico e de louco todo mundo tem um pouco, não é?

Falando de você: já descobriu em qual “departamento” da sua vida usa o poder da magia para não enfrentar a sua condição humana, de não conseguir transformar o impossível (desejo) em possível (realidade)?

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Sebastião Souza
Psicoterapeuta de casais e famílias